E lá estava eu entrando por mais um corredor, e o destino? O de sempre, uma sala escura. Encontro-me num suspiro breve e longo. Uma falsa sensação de paz, frio pelo corpo e o coração acelerado. Perco a noção de espaço, tremo, suo. Toco as paredes, nenhum quadro, prego, furo, fresta, nada, nem janela, nem mesmo a porta que entrei, nem essa estava mais lá. Sentei-me em meio à escuridão, pensando sobre tantos detalhes dessa vida corrida me ocorreu o silêncio. No silêncio busquei a resposta. Procurei na fobia saber o motivo de estar ali. No escuro era puro breu. As horas passavam sem que me permitisse contar, o tempo ali não fazia diferença, o relógio pouco importava. O tempo passou, mesmo sem saber o quanto. Levantei para tentar tocar o teto. Meus braços sem muito esforço conseguiu chegar. E nada, nem o gesso, nem mesmo uma lâmpada, mesmo que queimada e nada. A solidão me trouxe agonia, mas mesmo assim não chorei e voltei a sentar. Tentei ficar no canto do quarto, mas não achei. Procurei e não achei. A solidão sempre faz pensar. A solidão é um quarto sem porta e sem janela. A solidão é o começo de um fim que está sempre preste a chegar. A solidão me faz pensar. Você não sabe como faz pensar.Forte Abraço amigos!
Carlo M. Cunha

9 comentários:
Adorei o Nada (bem história sem fim).
O seu personagem não achou algo nojento, aterrorizante ou fonte de repulsa... pior... não achou nada.Isso dá medo
no livro do michael ende os personagens dizem que um rio sumiu e ficou nada... o rio não secou , pois haveria um rio seco.... e não tem um buraco no lugar (um buraco seria algo)..... há o nada.
então... te disse...
lindo, mas pode ser lapidado... e não sei quanto a palavra "solidão"... chega ser pleonasmo poético, rs.
abraço
Muito bom ter seus comentários Gabi, sempre que posto uma mensagem fico na espectativa de suas palavras. Tudo é um exercício e fico realmente contente em saber o que as pessoas acham. Forte Abraço e até breve! :)
Carlo M. Cunha
Este seu ensaio fez-me fechar os olhos e ver com clareza uma imagem, a de um Homem aprisionado dentro do seu próprio cérebro... um Homem que construiu tantas paredes à sua volta (fugas, medos, fobias, omissões,encenações...)que chegou a um momento em que aquele seu canto fechado, com um siêncio ensurdecedor, passou de recanto de protecção (agradável, intimista e aconchegante...) a um local de expiação de uma solidão geradora de uma pluralidade de sentimentos. Afinal, é isso mesmo que a solidão é... boa e má, por vezes passível de nos permitir uma reconciliação com nós próprios, outras a mais castradora...
Gostei muito do texto.
Ah, já agora muito obrigada pelo comentário no meu blog (http://coromistosflousa.blogspot.com).
Bom ano e boa continuação!
abraço
coisa lá
Olá Isa, Parabéns por seu blog, muito interessante! Agradeço também a contribuição por aqui, com palavras que ajudam no amadurecimento. Muita água ainda vai rolar por aqui e espero conseguir sempre escrever e transmitir algo.
Forte Abraço e até breve! :)
Carlo M. Cunha
Coisado Gabi!! hahaha Beijossssss
Hey, também achei seu blog muito bom!!
Parabéns...
E, olha só, somos vizinhos :D
rsrsrs
Também moro em Santos!
aqueles traços de auto ajuda clichê nao estao mais tao fortes como antes.. até pelos comentarios aqui vc ja pode ver q o texto ta mais interessante, nao é? acho mto legal q vc ta escrevendo, mas insisto: tente ler mais!
agora, oq eu gostei do q li, eh q, msmo sendo um assunto tratado por tanta gente - a solidao - vc conseguiu e bem passar ele com o seu olhar.. essa é a diferença!
abraço,
thiago
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